Camille Claudet começou a vida como uma jovem Afrodite. Desde jovem, já brincava fazendo pequenas figuras de barro , no que era incentivada pelo pai. Sua mãe odiava esse dom.
Também incentivou seu irmão, Claude Claudet, a seguir os caminhos da poesia, reconhecendo nele uma poeta nato.
Aos 19 anos, convenceu seu pai a mudar-se para Paris , onde teria mais oportunidade com sua arte. Logo conheceu Rodin, escultor já consagrado, 24 anos mais velho , por quem se apaixonou com uma amor ardente e secreto, pois Rodin nunca abandonaria sua primeira amante, com a qual veio a se casar em 1917.
Rodin não foi um bom amante para Camille, e quando a abandonou definitivamente, depois de 10 anos, começou a trajédia de Camille, que se fechou em seu estúdio e se entregou a uma solidão obssessiva, caracterizada pela pobreza e pela ruína física e mental.
À partir de 1906, arremete contra a sua obra destruindo grande parte de sua produção, numa espécie de exorcismo, como uma forma de livrar-se daquilo que a vinculava ao homem amado.
Foi inteiramente abandonada por sua mãe, que não a visitou uma vez sequer, apesar das inúmeras cartas que Camille lhe escreveu. Seu irmão fez-lhe algumas visitas mas nunca tomou providências no sentido de melhorar-lhe a sorte, apesar de ser um poeta famoso e ter uma cargo importante no governo. Rodin mandou-lhe algum dinheiro, mas nada fez para liberá-la da sua prisão.
No entanto, suas esculturas eram lindas, suaves, perfeitas. Há mesmo um forte indício de que algumas culturas atribuída à Rodin tenham sido na verdade de sua autoria.
Foi atormentada por um amor impossível, pelos preconceitos da sociedade parisiense do séc. 19 e pela doença que a levou ao isolamento.
O que esta artista brilhante fez de tão grave? Por que suas obras ficaram escondidas e esquecidas durante tantos anos? No séc. 19 as mulheres eram criadas para os afazeres domésticos. Camille foi uma criança fora dos padrões e alheia ao que se esperava de uma menina. Apesar do apoio do pai, a família em geral tinha vergonha dela .
Talvez Camille Claudet tenha ousado muito para sua época, rompendo com convenções que sua mãe nunca tenha perdoado.
Talvez tenha ficado dividida entre a sua arte e o seu amor, pois a tensão de competição entre ela e Rodin deviam ser muitas.
Ferida e desorientada, Camille Claudel nutre por Rodin um amor-ódio que a levará a paranóia. A força e a grandiosidade de seu talento estavam em um lugar incômodo, seu gênio foi sufocado por dois gigantes: a figura legendária de Rodin e do seu irmão, que foi um grande da literatura em sua época.
Suas forças e sua lucidez foram esgotadas por uma relação umbilical com seu mestre e amante.
SEU EGO FRAGMENTOU-SE! FOI MESMO UM AMOR DE PERDIÇÃO.