Em um mundo em que Deus é homem, em que o feminismo foi excluído da divindade, as mulheres deixam de ter um modelo espiritual forte com que se identificar e por isso sua submissão e seu cárater de oprimidas ficam reforçadas.
À partir da segunda metade do século XX a mulher iniciou um processo de libertação econômica e imediatamente redescobriu as deusas arcaicas, que num período longínquo davam sentido de vida e força às mulheres primitivas,conferindo-lhes um cárater quase sagrado que já não conhecemos mais.
A mudança da condição da mulher pela sua emancipação intelectual, social e política permitiu o reconhecimento e os valores ditos femininos em todas as áreas da vida humana. Este processo está favorecendo a manifestação do Sagrado Feminino, como uma fonte de renovação para os indivíduos e a sociedade.
A redenção do feminino diz respeito tanto à mulher quanto ao homem. A excessiva ênfase no masculino manifestado por meio do pensamento racional, analítico e científico levou a humanidade a atitudes antiecológicas. Uma nova consciência ecológica sugirá tão somente quando acrescentarmos uma compreensão intuitiva e uma conexão espiritual com a Natureza. Lembrando o antigo mito e a moderna Gaia, poderemos realmente sentir, ver e reverenciar a Terra como um organismo vivo, unindo os elementos, as forças da Natureza, os seres de todos os reinos e os homens rumo ao Divino.
Encontrando a sua Deusa Interior,as mulheres encontram a si mesmas, reconhecendo e aprendendo como usar seu poder. O arquétipo da Grande Mãe nas suas múltiplas manifestações está no nosso inconsciente individual e coletivo. Ao encontrá-lo, começaremos a lembrar nosso próprio início, o contato inicial e a presença amorosa e protetora da nossa mãe carnal, acessando assim a Mãe Divina. Por intermédio de sonhos , rituais, meditações e visualizações poderemos explorar nossos registros insconcientes, expandindo nossa consciência e o nosso mito pessoal.
O reconhecimento do Sagrado Feminino não é apenas um problema particular ou uma busca individual de algumas mulheres, mas sim de toda a humanidade. Trata-se da integração de todo ser humano aos valores inerentes à natureza humana, unindo os princípios masculino e feminino, emoção e razão, Eros e Logos, amor e poder, para vencer a grande ilusão da separação e o dogma ultrapassado da dualidade.
Para que haja realmente uma nova era planetária, com uma nova mentalidade e consciência, é preciso usar a força feminina e o amor para abrir mentes e corações. O amor a vida, ao próprio Eu, aos outros,aos animais e às plantas, a todas as formas de vida, a Terra, a Grande Mãe.
Emerge da sabedoria e compaixão do Sagrado Feminino essa visão do amor todo abrangente e poderoso, que reformula os antigos sistemas de crenças, conceitos, ideologias, comportamentos em busca de um novo mundo, sem hierarquia, competição ou dualidade, mas em amorosa e verdadeira parceria, realizando assim o casamento sagrado do Céu e da Terra, da Deusa e do Deus, da mulher e do homem.
PARA UMA TERRA PACÍFICA E DE AMOR!!!