Quando amar significa sofrer, estamos amando demais. Quando grande parte de nossa conversa com amigas íntimas é sobre ele, os problemas, os pensamentos, os sentimentos dele - e aproximadamente todas as nossas frases se iniciam com "ele...", estamos amando demais.
Quando desculpamos sua melancolia, o mau humor, indiferença ou desprezo como problemas devido à uma infância infeliz, e quando tentamos nos tornar sua terapeuta, estamos amando demais.
Quando lemos um livro de auto-ajuda e sublinhamos todas as passagens que pensamos que irão ajudá-lo, estamos amando demais.
Quando não gostamos de muitas de suas características, valores e comportamento básicos, mas toleramos pacientemente, achando que, se ao menos formos atraentes e amáveis o bastante, ele irá se modificar por nós, estamos amando demais.
Quando o relacionamento coloca em risco nosso bem-estar emocional, e talvez até nossa saúde e segurança física, estamos definitivamente amando demais.
Apesar de toda dor e insatisfação, amar demais é uma experiência tão comum para muitas mulheres, que quase acreditamos que é assim que os relacionamento íntimos devem ser. A maioria de nós amou demais ao menos uma vez, e, para muitas, está sendo um tema repetido na vida. Algumas nos tornamos tão obcecadas por nosso parceiro e nosso relacionamento, que quase não somos capazes de agir.
Esse tipo de relacionamento não satisfaz nossas necessidades, mas temos a maior dificuldade em acabar com eles. O fato de querermos amar, de ansiarmos por amor ou de amar em si torna-se um vício. Se você já ficou obcecada por um homem, você deve ter suspeitado que a essência daquela obsessão não era amor, e sim medo: medo de estarmos sozinhas, medo de não termos valor nem merecermos amor, medo de sermos ignoradas, abandonadas ou destruídas.
O processo de cura é muito difícil e leva muito tempo, mas se você decidir iniciar o processo de recuperação, você passará de mulher que ama com doloroso sofrimento, para mulher que se ama o suficiente para suprimir a dor.
Vou listar aqui as características das muheres que amam de demais:
1.Você vem de um lar desajustado em que suas necessidades emocionais não foram satisfeitas.
Necessidades emocionais não se refere somente à necessidade de amor e afeição. Mais crítico é o fato de suas percepções e sentimentos terem sido ignorados ou negados, em vez de aceitos e legitimados.
2. Como não recebeu um mínimo de atenção, você tenta suprir essa necessidade insatisfeita através de outra pessoa, tornando-se superatenciosa, principalmente com homens aparentemente carentes.
Quando garotinha, você provavelmente voltou sua atenção para sua boneca favorita, nessa situação. Ninando-a e confortando-a, você indiretamente recebeu a atenção de que necessitava. Quando adultas, tornam-se mulheres que fazem a mesma coisa: sentem-se atraídas por pessoas carentes, identificando-se com sua dor e procurando aliviá-la para aliviarmos nossa própria dor.
3. Como não pode transformar seus pais nas pessoas atenciosas, amáveis e afetuosas de que precisava, você reage fortemente ao tipo de homem familiar mas inacessível, o qual você tenta, mais uma vez, transformar através de seu amor.
Não temos atração por homens saudáveis que poderiam nos ajudar. Eles nos parecem enfadonhos. Temos atração por homens que nos reproduzem os conflitos tidos com nossos pais, quando tentávamos ser boas, valorosas, prestativas e espertas o bastante para termos amor, atenção e aprovação daqueles que não podiam nos dar o que precisávamos, devido à seus próprios problemas e preocupações.
4.Com medo de ser abandonada, você faz qualquer coisa para impedir o fim do relacionamento.
5.Quase nada é problema, toma muito tempo ou custa demais, se for para "ajudar" o homem com quem está envolvida.
6. Habituada à falta de amor em relacionamentos pessoais, você está disposta a ter paciência, esperança, tentando agradar cada vez mais.
7. Você está disposta a arcar com mais de 50 por cento da responsabilidade, da culpa e das falhas em qualquer relacionamento.
8. Sua auto-estima está criticamente baixa e, no fundo, você não acredita que mereça ser feliz. Ao contrário, acredita que deve conquistar o direito de desfrutar da vida.
9.Como experimentou pouca segurança na infância, você tem uma necessidade desesperadora de controlar seus homens e seus relacionamentos. Você mascara seus esforços para controlar pessoas e situações, mostrando-se "prestativa".
10. Você está muito mais em contato com o sonho de como o relacionamento poderia ser que com a realidade da situação.
11.Você é uma pessoa dependente de homens e de sofrimento espiritual.
12.Você tende psicologicamente e, com frequência, bioquimicamente, a se tornar dependente de álcool e/ou certos tipos de alimento, principalmente doces.
13.Ao ser atraída por pessoas que precisam de solução, ou ao se envolver em situações caóticas, incertas e dolorosas emocionalmente, você evita concentrar a responsabilidade em si própria.
14. Você tende a ter problemas de depressão, e tenta prevení-los através da agitação criada por um relacionamento instável.
15. Você não tem atração por homens gentis, seguros e que estão interessados em você. Acha que esses homens "agradáveis" são enfadonhos.
Achamos que o homem instável é excitante, o não-confiável é desafiante, o imprevísível é romântico, o imaturo é charmoso e o intelectual é misterioso. O homem inadequado precisa de nosso encorajamento, e o frio de nosso calor. Mas nãó podemos "consertar" um homem que é agradável como é, e, se ele é gentil e importa-se conosco, também não podemos sofrer. Infelizmente, se não pudermos amar demais um homem, normalmente não podemos amá-lo de forma alguma.
O CAMINHO PARA A RECUPERAÇÃO
Talvez você tenha percebido que amar demais é uma doença: qual é então o tratamento apropriado? Como deixar para trás aquela série de conflitos com ele, e aprender a criar uma existência rica e compensadora para si? E como se diferenciar das mulheres que não se recuperam, que nunca são capazes de se livrar do atoleiro e da desgraça de um relacionamento insatisfatório?
As mulheres que se recuperam tomam certas atitudes para conseguirem isto. Segue uma listagem de comportamentos a serem adotados. Eles são simples, mas não são fáceis.
1.Procure ajuda.
2.Faça da própria recuperação a prioridade principal de sua vida.
Significa que você está disposta a seguir aquelas etapas necessárias para se ajudar, não importa o que lhe for exigido. Exige um compromisso total com você mesma. Considere-se importante e merecedora da própria atenção, do próprio cuidado.
3.Encontre um grupo de apoio formado por semelhantes que a compreendam.
4.Desenvolva a espiritualidade através da prática diária.
Não importa qual seja sua orientação religiosa, desenvolver a espiritualidade significa abandonar o auto-arbítrio, a determinação de fazer as coisas acontecerem da forma que acha que deveriam acontecer. Em vez disso, deve aceitar o fato de que pode não saber o que é melhor para você em determinada ocasião. Auto-arbítrio significa acreditar que você sozinha possui todas as respostas. Abandonar o auto-arbítrio significa tornar-se disposta a permanecer onde está, aberta, esperando por orientação.
5.Pare de dirigi-lo e de controlá-lo.
Significa parar de tomar conta, de dar conselhos. O outro adulto a quem você está auxiliando e aconselhando possui tanta capacidade quanto você para conseguir um emprego, um terapeuta,etc. Você pode continuar a se importar com ele, mas não cuidar dele. Você permite que ele encontre o próprio caminho, da mesma forma que você está trabalhando para encontrar o seu. Se quer de fato ser prestativa, deixe de lado o problema dele e se ajude.
6.Aprenda a não se envolver em jogos.
7.Enfrente corajosamente os próprios problemas e os próprios defeitos.
8.Cultive em você quaisquer necessidades a serem desenvolvidas.
Isso signigica não esperar que ele se modifique para você continuar vivendo. Também significa não esperar apoio dele - financeiro, emocional,etc - para fazer qualquer coisa que queira. Em vez de tornar seus planos dependentes da cooperação dele, planeje como se não tivesse ninguém em quem se apoiar, a não ser você.
9.Torne-se "egoísta".
9.Torne-se "egoísta".
Significa tornar-se honesta consigo mesma,: requer que você reconheça que seu valor é imenso, que seus talentos são dignos de expressão, que sua realização é tão importante quanto a de qualquer pessoa, e que seu bom caráter é o maior presente que você pode oferecer para o mundo como um todo, especialmente para os seus íntimos.
10.Partilhe com outras pessoas o que você experimentou e aprendeu.
Quando você encontrar uma pessoa de passado parecido com o seu, você deve falar de sua própria recuperação sem necessidade de coagir aquela pessoa a fazer o mesmo que você fez. Aqui não há mais espaço para dirigir ou controlar.
A recuperação modificará sua vida de muitas formas, e algumas vezes isso poderá parecer desagradável. Não deixe que isso a bloqueie. O medo da mudança, de renunciar ao que sempre conhecemos, fizemos e fomos é o que nos impede de nos transformarmos em um ser maior, mais saudável e mais verdadeiramente amável.
Quando você encontrar uma pessoa de passado parecido com o seu, você deve falar de sua própria recuperação sem necessidade de coagir aquela pessoa a fazer o mesmo que você fez. Aqui não há mais espaço para dirigir ou controlar.
A recuperação modificará sua vida de muitas formas, e algumas vezes isso poderá parecer desagradável. Não deixe que isso a bloqueie. O medo da mudança, de renunciar ao que sempre conhecemos, fizemos e fomos é o que nos impede de nos transformarmos em um ser maior, mais saudável e mais verdadeiramente amável.